Doença de Parkinson
A doença de Parkinson é uma doença crónica que afeta, fundamentalmente, o movimento. Os seus sintomas principais são o tremor, a rigidez, os movimentos lentos e os problemas no andar e no equilíbrio.
O diagnóstico faz-se através dos sintomas, ainda que, no princípio da doença, quando os sintomas são ligeiros, possa ser difícil fazê-lo. Não é necessário fazer nenhum exame ou análises para diagnosticar a doença. Existem algumas doenças que parecem ser Parkinson, mas que na realidade, não o são e medicamentos que produzem os mesmos sintomas.
Para encarar esta doença, é muito importante a atitude e a participação do doente e seus familiares: a maior parte das pessoas com Parkinson podem levar uma vida independente e ativa, apesar das limitações impostas pela doença.
O que deve fazer?
- O objetivo do tratamento é melhorar os sintomas. O seu manejo pertence ao médico. Não suspenda de forma brusca a medicação.
- Além dos medicamentos, existem medidas que têm grande utilidade no controlo da doença. Adote-as como suas e seja o protagonista do seu desenrolar:
- Não hesite em pedir ajuda. Não se vence a doença sozinho. Os grupos de pessoas com o mesmo problema (Associações dos Doentes de Parkinson) podem ajudá-lo. Pode ser necessário tratamento psicológico.
- Coma de forma saudável e variada, com uma dieta rica em fibra para prevenir a obstipação. Coma devagar e em pouca quantidade de cada vez. Se tem dificuldade em engolir, evite os alimentos muito líquidos (sopas, caldos, etc.).
- Não beba álcool.
- Faça exercício. Na medida das suas possibilidades e sem forçar, siga um programa de exercícios:
- Caminhar, correr ou nadar 20 minutos, pelo menos, 3 vezes por semana.
- Alongamentos: trabalhe os músculos que estendem as articulações para evitar posturas presas.
- Exercite a mente: leia, jogue, converse, pense, mantenha as suas relações sociais.
- Quando aparecerem as limitações, adapte o ambiente à sua volta de acordo com as suas necessidades.
- Evite sofás e assentos baixos, cadeiras com braços e costas rígidas. Evite tapetes e obstáculos nos quais possa tropeçar. O chão não deve ser escorregadio. É melhor utilizar um poliban do que uma banheira.
- Adapte a sua roupa; é melhor o velcro que os botões, fechos ou cordões. Para barbear-se é melhor utilizar uma máquina elétrica do que lâminas. Informe-se acerca dos utensílios de ajuda para comer.
Quando consultar o seu médico de família?
- Esta doença precisa de um seguimento médico continuado, pelo que deve consultar o médico de família, ou o especialista, em intervalos regulares. É especialmente conveniente procurar o médico se ocorrer algumas das seguintes circunstâncias:
- Não tolerar a medicação.
- Surgirem efeitos secundários.
- Surgirem sintomas novos.
- Agravar o seu estado.
Excerto do Guia Prático de Saúde - da semFYC (Sociedad Española de Medicina de Familia y Comunitaria)
Traduzido e adaptado pela APMGF (Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar), julho 2013.