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Alterações do comportamento na demência

 

 

Alterações do comportamento na demência

 

 

Cuidar de uma pessoa com demência é, com frequência, difícil para os cuidadores e famílias. Os problemas aumentam quando o comportamento se torna estranho e pode causar vergonha e frustração. Toda a ajuda possível é necessária.

 

 

O que deve fazer?

 

  • Quando está desorientado, anda de cá para lá, não pára quieto ou foge:
    • Pode ser que se passe algo com ele, que tenha fome, sede, medo, dor, etc. Trate de averiguar e resolver.
    • Se está nervoso, fale-lhe com suavidade. Não lhe dê calmantes sem indicação médica.
    • Previna que se perca ou que fuja:
      • Vá passear diariamente com ele. Evite que saia sozinho. Nas portas, use fechaduras difíceis de abrir.
      • Coloque-lhe uma pulseira ou medalhão com seu nome, morada e telefone e que informe que está doente.
      • Informe os vizinhos da sua doença. Tenha uma fotografia recente para o caso dele se perder.
      • Mantenha as rotinas em casa e nas deslocações. Guarde as suas coisas em sítios fixos.
    • Oriente-o com calendários, relógios grandes, letreiros nas portas e repita-lhe com frequência onde está e que dia e hora são.
    • Prepare o seu lar para evitar acidentes.
    • Vigie-o de forma apertada. Não o deixe sozinho com desconhecidos.
  • Custa-lhe comunicar:
    • Fale-lhe de frente, ao seu nível e olhando-o nos olhos, com gestos, frases breves e simples, sem ruídos de fundo, como a televisão ou o rádio.
    • Não discuta, nem dê ordens. Sugira com amabilidade. Se recusa fazer algo necessário, como por exemplo, comer, aproveite a sua falta de memória e repita-lhe um pouco mais tarde.
    • Evite falar de coisas de que não se recorda.
  • Tem problemas em dormir:
    • Faça com que siga uma rotina, com um horário fixo para levantar-se e deitar-se.
    • Procure que não durma de dia.
    • O quarto deve ser silencioso e cómodo.
    • Antes de ir para a cama:
      • Façam atividades relaxantes: passeio, música, etc.
      • Dê-lhe um jantar ligeiro sem excitantes ou alimentos açucarados.
  • Repete palavras e atos. Perde coisas.
    • Não se irrite. Nunca tente racionalizar com ele. Procure distraí-lo. Mude de atividade.
    • Não o culpe. Guarde à chave as coisas de valor.
  • Tem reações agressivas e violentas:
    • A causa é a doença. Não é contra si.
    • Não perca a calma. Nunca lhe grite nem o enfrente.
    • Agarre-o de forma suave, se necessário.
    • Tente averiguar o que poderá ter desencadeado a sua reação.
  • Parece triste e mostra-se inativo:
    • Dê-lhe responsabilidades com atividades agradáveis.
    • Reconheça os seus esforços.
  • Alucinações e delírios:
    • Não argumente, nem discuta com ele. Não se sinta ofendido se o acusar de algo.
    • Fale-lhe em tom suave e use as carícias e o abraço para dar segurança e tranquilidade.

 

 

Quando consultar o seu médico de família?

 

  • Problemas em dormir.
  • Conduta agressiva continuada.
  • Tristeza e apatia graves.
  • Delírios e alucinações repetidas ou graves.
  • Incapacidade para cuidar do doente.

 

 

Excerto do Guia Prático de Saúde - da semFYC (Sociedad Española de Medicina de Familia y Comunitaria)

Traduzido e adaptado pela APMGF (Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar), julho 2013.