Perturbação de adaptação
Depois de passar por um problema (perda de emprego, doença, divórcio, problemas económicos, etc.) ou modificações importantes na sua vida (matrimónio, nascimento de um filho, alteração de morada ou de país, etc.) pode sentir-se nervoso, irritável, ou inclusivé triste, ou notar alterações de comportamento ou sintomas de ansiedade.
Algumas pessoas ultrapassam os desgostos ou os acontecimentos adversos mais rapidamente do que outras. Quando a adaptação a estas mudanças demora mais do que 3 meses, e é muito difícil, inclusivé afetando a sua vida diária, é possível que sofra de uma perturbação de adaptação.
O que deve fazer?
Fale de como se sente com os seus familiares e amigos.
Às vezes as soluções das situações que nos provocam mal-estar estão mais próximas do que imaginamos.
- Recorde se já alguma vez vivenciou uma situação semelhante. O que fez na altura? Como conseguiu superá-la?
- Organize as suas ideias; agora pode parecer que tudo o preocupa. Pense um pouco, decerto que há coisas que o preocupam mais do que outras. Escreva numa agenda as suas preocupações atuais, e ordene-as segundo o grau de preocupação que lhe causam, da menor para a maior, e verá que algumas coisas são pouco importantes.
- Eleja um único problema. Pode começar por aquele que lhe pareça mais fácil de resolver.
- Faça uma lista com todas as possíveis soluções para esse problema. Devem tratar-se de soluções viáveis.
- Eleja a solução que considera ter mais possibilidades de levar a cabo.
- Pense como levá-la a cabo e ponha-se em marcha. Comece a mudar.
- Também pode ser útil elaborar uma lista de situações em que se encontra melhor e não pensar apenas nos seus problemas. Pense porque está melhor nessas situações. Se for possível, faça com que essas situações sejam mais frequentes.
- Lembre-se que é normal sentir-se nervoso, deprimido e triste depois de passar por um acontecimento vital adverso. A maioria das pessoas sentir-se-ia assim. O normal é que vá melhorando com o tempo.
- Também pode ajudar fazer exercício físico, tomar banhos agradáveis ou praticar técnicas de relaxamento.
- Se o seu médico lhe prescrever algum fármaco relaxante ou ansiolítico, siga as instruções de dose. Não se auto-medique.
- Não se esqueça de ir às consultas de seguimento programadas pelo seu médico.
Quando consultar o seu médico de família?
- Quando não consegue controlar os sintomas que apresenta.
- Quando a sua vida laboral, social ou familiar é muito afetada pela situação.
- Se a causa foi a perda de um ente querido.
- Se já lhe haviam sido diagnosticadas outras perturbações como ansiedade generalizada ou depressão.
- Se a duração dos sintomas for excessiva (mais de 2-3 meses).
Excerto do Guia Prático de Saúde - da semFYC (Sociedad Española de Medicina de Familia y Comunitaria)
Traduzido e adaptado pela APMGF (Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar), julho 2013.