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Uso racional de antibióticos e antipiréticos

 

 

Uso racional de antibióticos e antipiréticos

 

 

Os antibióticos e antipiréticos são medicamentos excelentes, mas o seu uso pode provocar efeitos secundários.

 

Só as infeções bacterianas se tratam com antibióticos. Os antibióticos não estão indicados em infeções virais, como as constipações ou a gripe, nem para tratar sintomas como tosse ou dor de garganta. A febre é uma resposta do corpo contra a infeção e não é, por si só, uma indicação para tratamento com antibióticos. Nunca deve tomar antibióticos nem dá-los ao seu filho, sem terem sido prescritos pelo médico.

 

O uso incorreto dos antibióticos pode provocar resistências em algumas bactérias, o que fará com que na infeção seguinte, o antibiótico possa já não ser eficaz. As resistências aos antibióticos devem-se, em grande parte, ao uso excessivo, muitas vezes injustificado, destes medicamentos.

 

 

O que deve fazer?

 

  • Assegurar-se de que está a dar a quantidade correta de medicamento ao seu filho (a dose de antipirético nas crianças depende da idade e do peso);
  • Os antipiréticos mais usados são o Paracetamol e o Ibuprofeno. O ácido acetilsalicílico (Aspirina®) não deve ser usada em crianças com menos de 16 anos, porque o seu uso associa-se a uma patologia – Síndrome de Reye, que embora rara, pode ser muito grave;
  • Os antipiréticos só baixam a temperatura corporal quando esta está elevada e, em média, diminuem-na cerca de 1º C após 1 h da sua administração. Não é conveniente usar sistematicamente dois antipiréticos de forma simultânea ou alternativa;
  • Não deve usar antibióticos sem ter sido recomendado pelo médico. Se o seu médico lhe receitou um antibiótico, deve-o tomar durante os dias em que foi prescrito. Não deve deixar de o tomar apesar de se sentir melhor. Se abandonar o tratamento antes do tempo, a infeção pode reativar-se e produzir um quadro mais grave.

 

 

Quando consultar o seu médico de família?

 

  • Lembre-se que a maioria das dores de garganta e gripe evoluem bem apenas com a toma de antipiréticos e que só é necessário consultar um médico se os sintomas forem intensos, se prolongarem no tempo mais do que o habitual para si, ou se pensa que a doença se está a complicar;
  • Se é alérgico, evite tomar qualquer medicamento que não tenha sido prescrito pelo seu médico e, se for às urgências, informe sempre da sua situação, de forma a evitar o risco de uma reação grave.

 

 

Excerto do Guia Prático de Saúde - da semFYC (Sociedad Española de Medicina de Familia y Comunitaria)

Traduzido e adaptado pela APMGF (Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar), julho 2013.