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Diabetes tipo 2: Hipoglicémia

 

 

Diabetes tipo 2: Hipoglicémia

 

 

Uma hipoglicémia é quando o açúcar (glicose) no sangue capilar é inferior a 50 mg/dl, mas valores de 70-80 mg/dl ou superiores podem dar sintomas, sobretudo em diabéticos habitualmente mal controlados.

 

As hipoglicémias podem apresentar-se nas pessoas diabéticas que estão em tratamento com insulina ou com comprimidos do tipo sulfonilureias e meglitimidas.

 

As situações que mais frequentemente podem desencadear hipoglicémia são: diminuir, atrasar ou saltar uma refeição; aumentar subitamente a quantidade de exercício físico; erros na toma dos antidiabéticos orais (tomá-los 2 vezes) ou na dose de insulina; erros na técnica de administração de insulina; beber álcool em excesso, etc.

 

Os sintomas mais frequentes são: tremor, sudação, fraqueza, nervosismo, fome e sono. Se não se tratar corretamente podem aparecer: confusão, falta de coordenação e marcha instável (como «bêbado»). Em casos graves: desorientação, agitação, agressividade e perda de conhecimento.

 

Cada pessoa apresenta geralmente sempre os mesmos sintomas e deve aprender a reconhecê-los atempadamente e a tratá-los de forma correta.

 

 

O que deve fazer?

 

  • Coma as quantidades recomendadas às horas estabelecidas. Não salte refeições.
  • Leve sempre consigo açúcar ou caramelos.
  • Leve um cartão que o identifique como diabético.
  • Explique aos familiares, amigos e colegas de trabalho como reconhecer uma hipoglicémia e o que devem fazer.
  • Se o seu médico o indicar, tenha em casa (no frigorífico) e no trabalho uma injeção de glicagina. Os seus familiares e colegas deverão saber utilizá-la.
  • Faça desporto, mas siga os conselhos do seu médico e tome suplementos calóricos.
  • Se vai conduzir muito tempo, faça antes uma análise de glicose.
  • Quando nota sintomas que sugerem uma hipoglicémia:
    • Faça uma análise de glicose no dedo. Se não pode fazê-lo e acredita que pode ter uma hipoglicémia, atue como se a tivesse.
    • Tome um suplemento de hidrato de carbono (por exemplo: 2 colheres de sobremesa ou 2 pacotes de açúcar ou meio copo de sumo). Repita-o aos 10 minutos e aos 20 minutos se não estiver melhor. Se não melhorar, avise as urgências (centro de saúde ou 112).
    • Os familiares, amigos e colegas de trabalho devem saber também o que fazer, onde está a injeção de glicagina e como se utiliza. Também devem saber que se não há glicagina e você perde o conhecimento, devem meter o dedo com açúcar na boca junto à bochecha (longe dos dentes).
    • Quando recuperar, faça outra análise de glicose e coma. Se falta mais de uma hora para a refeição, tome um lanche (por exemplo, 1 sandes pequena ou um copo de leite com 3 bolachas).
    • Anote no diário a hipoglicémia e porque acha que ocorreu.
    • Se perdeu o conhecimento e recuperou, deve ir depois às urgências e se pôde controlar a hipoglicémia faça controles cada 6 a 8 horas, suspenda a próxima dose de comprimidos e consulte o seu médico.
  • Se um dos comprimidos que toma contém acarbose é necessário que tome glicose pura (comercializada sob forma de bebidas para desportistas), que chupe rebuçados de frutose (à venda nas farmácias), ou que administre uma injeção de glicagina, já que o açúcar nesse caso não alivia a hipoglicémia.

 

 

Quando consultar o seu médico de família?

 

  • Sempre e de forma urgente se teve uma hipoglicémia intensa ou se usou a glicagina.
  • Se à noite apresenta sono agitado com sudação, pesadelos ou dor de cabeça ao acordar; poderá tratar-se duma hipoglicémia noturna.

 

 

Excerto do Guia Prático de Saúde - da semFYC (Sociedad Española de Medicina de Familia y Comunitaria)

Traduzido e adaptado pela APMGF (Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar), julho 2013.